Alunos do curso de Direito da Unopar
de Arapongas desenvolveram projeto para a constituição de um Observatório
Social na cidade. O órgão tem como finalidade monitorar as compras públicas da
administração e realizar um controle preventivo para que a correta aplicação
dos recursos e a transparência nas gestões sejam respeitadas. O Observatório
tem destacada participação ao evitar a corrupção na política brasileira.
O primeiro Observatório Social foi
fundado através da Sociedade Eticamente Responsável, SER, em 10 de julho de
2006, em Maringá, com o intuito de proporcionar à sociedade a oportunidade de conhecer
todas as contas realizadas pelo poder público e, assim, evitar desvios e
corrupções por meio da gestão. Atualmente, o projeto tem percorrido diversos
Estados Brasileiros como Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso.
De acordo com a
aluna do oitavo semestre do curso de direito, Larissa Maria De Dio, as pessoas
que estão trabalhando no projeto são voluntárias e não possuem, e nem podem possuir
vínculo político. “Nós queremos montar uma ONG, mas para isso precisamos da
ajuda da sociedade e fazer com que ela se manifeste contra todo tipo de
corrupção”, disse a aluna.
A representante do
conselho superior do Observatório Social do Brasil, de Mandaguari, Elza Martelli Xavier, uma das
convidadas da palestra, disse que os valores em compras feitas pelo poder
público no município onde mora, com a participação do observatório, reduziu significativamente
os números. Isso porque, a fiscalização proporciona maior concorrência nos
trâmites, fazendo os valores diminuírem por intermédio do leilão. “A nossa
participação reduziu em cerca de 60% os valores dos serviços adquiridos pela
administração de Mandaguari, pois, o que acontecia, é que a prefeitura já tinha
antes uma empresa pré-estabelecida, e não fornecia informações do produto no
edital de publicação para outras empresas concorrerem”, afirmou.
A representante explicou ainda que os observatórios já criados no Brasil contam hoje com diversos parceiros como os órgãos do Ministério
Público, Tribunal de Contas, Conselho Federal, Controladoria Geral da União,
além de outras empresas e movimentos sociais dedicados ao combate à corrupção.
Outra convidada da reunião, a
promotora de justiça de Arapongas, doutora Fabiana Soares, falou da importância
da conscientização da população em relação à política. Segundo ela, a sociedade
deve ficar atenta e fiscalizar todos os atos da administração. Ela aproveitou a oportunidade para apresentar o projeto “O que você tem a ver com a corrupção?” que leva
essa conscientização aos adolescentes que estão para exercer a opinião política
através do voto. “É um projeto em parceria com a guarda municipal, a patrulha
militar e o Ministério Público, e tem como principal objetivo levar a
conscientização aos jovens para analisarem, não só as atitudes de políticos e
candidatos ao cargo público, mas as nossas próprias atitudes como seres humanos”,
explicou a promotora.
Conforme a representante da guarda
municipal e voluntária do referido projeto, inspetora Oliveira, Arapongas foi a cidade
precursora da iniciativa no Paraná. “O projeto começou em Santa Catarina, contudo,
no Paraná fomos os primeiros. Reunimos os voluntários e parceiros e iniciamos
as palestras em todas as escolas estaduais e municipais, e agora, o Estado todo
tem se mobilizado em prol dessa causa”, afirmou.
Estiveram presentes também na reunião
os representantes do Observatório Social de Apucarana João Rubens Fulop e
Valcideir Garcia Ferreira, os representantes do Observatório de
Gestão de Londrina Waldomiro Carvalho Grade e Wesley Pereira Viruel, e os alunos
Larissa Maria Raia De Dio, Leonardo Di Colli, Everson Makarius Borges, Gislene,
Silvia Casagrande e Renato.
Andrieli
Picinatto/Assessoria Unopa
Confira as fotos: